Onde é que eu ia?: Açores

Ora bem, os Açores. É bonito, aquilo é bonito sim senhora. Sim só visitei S. Miguel, é bonito, as outras ilhas também devem ser bonitas. Mas está bom. Para mim, assim ficou bom.

Tudo começou Sábado, dia 28 de Setembro a levantar o rabo da cama às 4h30 da manhã, para apanhar o avião das 6h30, fazer duas horas de vôo, chegar à zona aérea de Ponta Delgada e ouvir o senhor comandante dizer "ah e tal, não temos muita visibilidade para aterrar, isto secalhar é daqui para as Lages ou voltamos para Lisboa". Clima dos Açores a marcar pontos logo à chegada. Ah, espera eu ainda nem sequer tinha chegado.

Bom, lá o nevoeiro dissipou e aterrámos cerca de 20 minutos depois do previsto.

Peguei no carro alugado, zarpei para o hotel para largar as malas e bora lá desbravar a ilha.

A primeira paragem foi nas Furnas e sem marcação nem nada, sacámos um almocinho de cozido num restaurante da vila. Eu não sou fã de cozido, mas a minha mãe que é, diz que não achou este nada de especial, e eu que gosto é da farinheira, não a vi.

Gostei da Lagoa das Furnas, tranquila. Já a vila, é um filme de terror para conseguir sair de lá.

Fui investigar a D. Beija e o Parque Terra Nostra. A primeira é um local privado para ir a banhos. Deve ser giro no Verão, mas por ser pago e não querer tomar banho, não entrei. O Parque também era pago (5€??!?!?) também era para tomar banhos. Também não entrei, com pena minha.

A partir daqui andei a desbravar a ilha serra acima serra abaixo. Mas como o tempo nas serras era medonho e fiz kms e kms e kms sem ver um palmo à frente do nariz com o nevoeiro denso que estava, desisti e desci para junto da costa e fui visitando praias e aldeias.

Adoroooo praias de areia preta. Gosto mesmo. E assim em dias de clima nebulado melhor ainda. Acho que fica uma paisagem fascinante e boa para caminhadas à beira mar para a introspecção.

Andei pela parte norte da Costa, mas sinceramente já perdi o fio aos nomes dos sítios que visitei.

Sei que às tantas decido ir a Vila Franca do Campo (já cá para baixo da ilha) porque é lá que se compram as famosas queijadas. E não há ninguém que se veja nesta terra. Nesta como em qualquer outra dos Açores, parecem todos lugares fantasma, não se vê vivalma. Lá descubro um café aberto (sorteeeee) e trago 12 queijadas. Bem boas, mas veneno puro para diabéticos.

Sábado à noite em Ponta Delgada. Uhuuu, maluqueira.

Não.

Não se vê ninguém, não se encontra uma porcaria de um restaurante decente. Nada. Aterramos numa fileira de restaurantes junto à marginal (?) e mal sabíamos que seria aí que jantaríamos todos os dias, porque não se encontrou mais nada naquela cidade. Capital do arquipélago.

Acreditam que nem sequer tirei fotos à cidade? Opá aqueles arcos...quer dizer, tá bem...mas...whatever.

Achei piada porque no regresso a pé para o hotel cerca das 21h30 a minha mãe estava com medo de andar ali às escuras. Ao que digo "medo do quê? mãe, não há cá mais ninguém. Só nós. Nós e as casas e o céu escuro". Portanto Ponta Delgada é isto.

Domingo também foi passado a tentar ver alguma coisa nas serras, novamente sem sucesso. Fui até às Sete Cidades, mas a visibilidade era de cerca de metro e meio para a frente. Desistimos e vai de continuar a contornar a ilha junto à costa.

Até que...chegamos a Rabo de Peixe. Convém lembrar que Domingo era dia de eleições. Assim sendo a população inteira (masculina) de Rabo de Peixe estava concentrada na rua em frente ao local de votação (Escola? Junta de Freguesia?). Até havia polícia a tentar dispersar o trânsito. Loucura!

Ora o que dizer de Rabo de Peixe? Eu tenho para mim, que é a população mais horrenda que eu já vi na face da terra. Perdoem-me os leitores de Raboa de Peixe que (não) me lêem mas aquilo é medonho. Gentei feia feia feia. Eu ouvi dizer que é a zona mais pobre de Portugal, pronto ok, mas aquilo é medonho. Vi cerca de 3 mulheres todas com bóias de gordura à volta da barriga, roupa justa, sobrancelhas em modo Frida Kahlo e com bigode. Não senti perigo ou medo, mas duas mulheres a passearem por ali fica...desconfortável vá.

Segunda Feira, abro a pestana e pareceu-me ver luz...abrem-se os cortinados e: céu limpo!!!! Voámos para o carro e 8h30 estávamos fora do hotel a tentar ver as lagoas e tudo o mais que a serra andava a esconder. Primeira paragem: Vista do Rei. Ah bom, estava ver que não fazia fotos das lagoas. Sim senhora, bela paisagem (claro que aqui o sol já não abundava mas tudo bem). Daqui fomos a correr para ver a Lagoa do Fogo (sim andei a fazer piscinas pela ilha fora). Ver a lagoa vi, mas como a 100 metros de lá chegar o céu fechou e estava a chover, achei que não valia a pena estar à chuva a fazer fotos de uma paisagem cinzenta. Do que vi, a das sete cidades é mais bonita.

Almocei em Ribeira Grande no Ala Bote, com vista para o mar e uma mousse de chocolate bem boa!!

Visitei a Caldeira Velha, acho que tambem vale a pena e se estiver bom tempo, ide com fatos de banho. E daí rumámos à zona Nordeste da ilha. Onde passei o resto da tarde a conduzir e a subir e descer e a parar para ver miradouros e pouco mais. A paisagem é mais bonita deste lado da ilha.

A estrada da Tronqueira. Algures o GPS diz-me para apanhar este caminho e tinha lido que era muito linda e tal e coiso. É, se forem de jipe e com alguém capaz de empurrar o carro e trocar pneus. Não para duas mulheres metidas num peugeot 107. A estrada pode ser linda mas é assustadora. As árvores fecham-se até não se ver céu, a estrada é só caruma e buracos, parecendo que não passa ali ninguém há séculos. Fiz cerca de 4km, desisti e voltei para trás.

Portanto em resumo, S. Miguel: é bonito, a paisagem é linda. São vacas (muitas), hortenses (muitas) e horas a andar de carro (muitas, mesmo muitas horas).

As vilas e cidade têm pouca vida e não são particularmente bonitas e de facto perdem-se muitas horas a andar de carro para ver os locais dignos de serem vistos.