2.8.17

Desta coisa das contas malucas num restaurante de Lisboa

Eu não dei muita importância à notícia que tem corrido por aí de um restaurante que cobra preços exorbitantes aos seus clientes.
Mas lá em casa há alguém muito indignado com a história e lá me foi dando pormenores e contornos da coisa.
Ora basicamente cabe-me dizer que otário é o cliente que embarca nisto.
Pessoas que fazem pedidos sem ver menu?? Mas estão à espera de quê?

Ahhh fui ali a uma loja e apaixonei-me por uns sapatos, pedi para embrulhar e depois no fim querem 1000€ pelos sapatos. Onde já se viu??
Viu-se em muito boa loja da Av. Liberdade meus amigos. Cobram o que quiserem, paga quem quer.

Acredito piamente que as pessoas vão até onde as deixam ir. Conhecem a expressão "damos uma mão e querem logo o braço"? Pois a vida é assim mesmo, as pessoas tiram até onde as deixam tirar.
Isto serve para relações, empregos e...serviços.

Agora estão todos muito indignados com este restaurante, mas ocorre-me assim de cabeça listar uma série de situações em que somos enrolados todo o santo dia em inúmeros restaurantes e ninguém parece muito importado com isso.

Por exemplo:

Gressinos - isto são aqueles dois pauzinhos de pão tostado embalado que está em qualquer mesa de restaurante italiano ao lado dos talheres. Ninguém pediu aquilo, mas estão sempre lá à mão, e fome, de semear. E quanto custa isto? Pode ir de 0,70€ a 2€ por exemplo. Por uma coisinha que nem dá para a cova do dente. Ninguém dá importância, mas no final de uma conta pode significar mais uns 10€ em (pouco) pão torrado!

Água filtrada - agora também anda na moda encherem lindas garrafas de vidro com água da torneira filtrada e cobrarem uma pipa de massa. Sempre que peço uma água e me aparece uma garrafinha destas onde me cobram praí uns 3€, mando para trás. Nem sequer me dizem que não é engarrafada. Aparece aquela e cá vai disto. Numa garrafa que é reutilizada e sabe-se lá que métodos de higiene tem. Epá não.
Também giro, foi agora recentemente num beach club do algarve que no menu tem tudo e um par de botas menos o preço das águas. Sumos, cocktails, bebidas alcoólicas tem, água é que é mais dificil. Lá a custo conseguimos que um empregado nos dissesse que eram 3€.
Nesse mesmo beach club pedi um daiquiri de manga, que custa 8€. Sabia a sumo de manga. O factor alcoolico do cocktail deve ter fugido com a brisa do mar. Ora um sumo de manga custa 5,90€. Disse isso ao empregado. Alguém me compensou por isso? Não. O resultado é que não voltei a pedir bebidas ali. Bom vá, pedi uma cola.

Couvert - ahhhh, os couverts. Este mar aberto para a trafulhice. Se o cliente não pediu não tem que pagar.
Mas os estabalecimentos insistem em trazer para a mesa uma tonelada de entradas e pãezinhos e queijinhos sem ninguém lhes pedir. Não dizem nada e depois a malta come e depois claro, vem a conta.
É que hoje em dia já não se distingue muito bem o que é cortesia do chefe do que é uma entrada paga.
Eu sou muitas vezes apanhada nisto. Ainda quando estive nos dias na Ria isto aconteceu.
Num restaurante aparecem-me do nada com umas mini pataniscas, quando tínhamos dito que não queríamos entradas, e eu acho que aquilo é oferta. #sóquenão.
Mesmo no Oxalá, restaurante mesmo muito bom, mas onde mal chegamos ao fim de 3 segundos temos um flute de champanhe na mão e um buffet de queijos e enchidos e depois...paga-se.
Eu não quero dizer que estava à espera de comer à grande e ser à borla, mas a verdade é que nos agarraram de tal maneira que aquilo no fim podia ter sido uma balúrdio e eu já tinha comido.

Mais bonito ainda é quando essa conta vem a multiplicar pelo número de pessoas que está na mesa. Alguém pode não ter comido coisa nenhuma, mas paga na mesma. Se está um pão ou dois ou três, não interessa nada e todos pagam a sua parte. Inacreditável!!


A maioria das vezes eu reclamo. Às vezes não estou para isso, uma pessoa nem sempre se sente com forças para se chatear. Isto acontece quando se fala de valores mínimos e uma pessoa nesse dia decide assobiar para o lado. Mas esta decisão é consciente. O restaurante, loja, o que for faz o que bem entender. Cabe a nós triar o bom ou mau serviço que nos estão a fazer. Porque se toda a gente literalmente come e cala, pois é normal que os serviços continuem a fazer o que fazem.
Muito boa gente que agora está indignada faria o mesmo!
O aceitar, comer e calar é que faz prolongar este tipo de serviço.

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