Um dia tão bonito que acabou tão mal!
Tínhamos de estar em Dalvik ao final da manhã, por isso deu para tomarmos o pequeno almoço tranquilamente, fazer umas compras e seguir com calma para esta cidade costeira para fazer o nosso tour de observação de baleias. A reserva tinha sido feita com antecedência online com a Artic Sea Tours.
Chegando às instalações já se encontravam muitos dos nossos companheiros de viagem com umas fatiotas vestidas. Para precaver do violento frio que ainda mais se sente no mar, a organização dá a cada participante um fato térmico que por sinal é mesmo eficaz, tirando as partes expostas (mãos e rosto) não há frio que passe ali.
Entramos na embarcação e à medida que a viagem começa vão sendo dadas algumas explicações sobre os tipos de baleias que podemos vir a ver. Uma delas é a Baleia Fin, o segundo maior animal existente, a seguir à Baleia Azul.
Eu contava que íamos navegar para alto mar mas na realidade estivemos sempre com bastante visibilidade e proximidade de terra, pelo que, quando avistamos as primeiras baleias bem junto da costa ficámos bem impressionados com o fenómeno.
No nosso caso ainda demorou até a coisa dar-se. Eles bem miravam em busca delas, mas demorou até ao primeiro alerta e quando vislumbramos é uma coisa lá ao fundo não muito diferente de avistar golfinhos no Sado.
Mas a preserverança da equipa é eficaz e acabamos por ter várias vistas de baleias, inclusive da Fin.
Não houve nenhum pulo e mergulho que desse para apreciar o bicho em toda a sua plenitude mas houve passagens bem próximas da embarcação com direito ao típico esguicho de água e que já permitiram perceber o arcaboiço destes mamíferos.
Este tour pode levar a alguma impaciência porque há longos e longos minutos em que não se passa nada, mas o excitex de quando aparece uma baleia é tão grande que fica difícil "desrecomendar" isto.
Já a prevenir alguma possibilidade de insucesso da coisa, a equipa da Artic Sea Tours reserva um tempo final para que os participantes possam pescar. Eu não participei, mas houve vários casos de sucesso e outros tantos de insucesso. No fim havia caixas cheia de bacalhaus fresquíssimos que iriam ser grelhados à chegada.
Cerca de 4 horas depois da partida voltamos a Dalvik e como já se fazia tarde e ainda tínhamos 400km pela frente não ficámos para comer o cheiroso peixe grelhado (e que bem que aquilo me teria sabido). Despimos as fatiotas, comemos rapidamente no carro e marcámos Holmavik no GPS. O nosso próximo destino seriam as Fiordes do Oeste. A ver se tínhamos mais sorte com estes Fiordes.
Não tivemos.
Mais uma viagem inenarrável foi o que aconteceu.
Olhando para o mapa da Islândia, estávamos a caminho daquela "garra" do lado esquerdo, com um ar meio assustador para quem sabe que já anda nos confins do mundo. E a realidade é mesmo essa, estamos no fim do mundo. Estivemos à vontade uns 100km sem nos cruzarmos com um único carro. Os turistas já não aparecem por aqui e os islandeses nem vê-los. Só este par de jarras é que andava literalmente onde Judas perdeu as botas.
Mas isto até nem seria o pior se a estrada fosse uma maravilha e o clima ajudasse. #sóquenão.
Apanhámos uma hiper mega tempestade de vento que eu jurava que o carro ia levantar voo acompanhada de uma mega chuvada. Mas não há mal que sempre dure e passando a zona da intempérie achámos por bem parar um minutinho para fotografar a tempestade lá ao fundo.
Já tínhamos feito 300km desde Dalvik e faltavam uns 100km até ao destino.
Ora a vida corria-nos bem mas vai que para tirar essa fotografiazinha era necessário a máquina fotográfica.
Cadê a máquina fotográfica meus amigos? Hum? Cadê?
Eu respondo: a máquinazinha fotográficazinha, uma canonezinha lindinha com uma lente muito muito carinha, ficou nas instalações da Artic Sea Tours a 300km e tempestades horríveis de distância.
Quem deixou a máquinazinha lá? Eu. Quem é uma pessoa que fica bastante perturbada e pouco tolerante com a ameaça dos seus bens materiais? O meu caríssimo e já não tão paciente companheiro de viagem.
Eu não vos sei explicar o nosso estado de espírito nos restantes 100km. Ninguém proferiu palavra. Mentira, eu algures disse "mas quando é que esta merda acaba??? Eu quero desaparecer desta terra e ir para casa!!!". Claro que já que estava tudo a correr tão bem naturalmente que apanhámos uma estrada com uma camada gigante de gelo que fazia o carro fugir para todo o lado. O estóico condutor também teve de parar a viatura antes que nos despistássemos e fôssemos desta para melhor.
E claro sem vivalma à vista e já numa hora que eu estava a prever que os últimos quilómetros seriam feitos em noite escura.
Podem pensar que quando faltavam 10km uma pessoa pensaria "ah pronto está quase", mas aquilo é coisa para demorar praticamente mais uns 40 minutos. Os kms simplesmente não passavam, nós nunca mais chegávamos, o mau tempo não abrandava e a minha telha era tão grande quanto o rabo da baleia Fin. A única boa notícia é que a Artic Sea Tours me devolveu a chamada a dizer que sim senhora tinham lá a máquina fotográfica. Só faltava saber como raio a iria recuperar.
Chegámos a Holmavik eram umas 22h e graças a todos os santinhos nórdicos ainda havia um lusco fusco que evitou que fizéssemos aquilo completamente às escuras.
Tudo está bem quando acaba bem. #sóquenãooutravez
A porcaria do hotel era um buraco que só visto. Fcámos num quarto em que praticamente não cabíamos os dois de pé, não tinha zona de estar comum e na cidade estava tudo fechado.
Só restava mesmo ir dormir.
Não dormi nada de jeito com a carga de nervos com que estava e a ouvir o mundo climatérico a desabar lá fora.
Tínhamos de estar em Dalvik ao final da manhã, por isso deu para tomarmos o pequeno almoço tranquilamente, fazer umas compras e seguir com calma para esta cidade costeira para fazer o nosso tour de observação de baleias. A reserva tinha sido feita com antecedência online com a Artic Sea Tours.
Chegando às instalações já se encontravam muitos dos nossos companheiros de viagem com umas fatiotas vestidas. Para precaver do violento frio que ainda mais se sente no mar, a organização dá a cada participante um fato térmico que por sinal é mesmo eficaz, tirando as partes expostas (mãos e rosto) não há frio que passe ali.
Entramos na embarcação e à medida que a viagem começa vão sendo dadas algumas explicações sobre os tipos de baleias que podemos vir a ver. Uma delas é a Baleia Fin, o segundo maior animal existente, a seguir à Baleia Azul.
Eu contava que íamos navegar para alto mar mas na realidade estivemos sempre com bastante visibilidade e proximidade de terra, pelo que, quando avistamos as primeiras baleias bem junto da costa ficámos bem impressionados com o fenómeno.
No nosso caso ainda demorou até a coisa dar-se. Eles bem miravam em busca delas, mas demorou até ao primeiro alerta e quando vislumbramos é uma coisa lá ao fundo não muito diferente de avistar golfinhos no Sado.
Mas a preserverança da equipa é eficaz e acabamos por ter várias vistas de baleias, inclusive da Fin.
Não houve nenhum pulo e mergulho que desse para apreciar o bicho em toda a sua plenitude mas houve passagens bem próximas da embarcação com direito ao típico esguicho de água e que já permitiram perceber o arcaboiço destes mamíferos.
Este tour pode levar a alguma impaciência porque há longos e longos minutos em que não se passa nada, mas o excitex de quando aparece uma baleia é tão grande que fica difícil "desrecomendar" isto.
Já a prevenir alguma possibilidade de insucesso da coisa, a equipa da Artic Sea Tours reserva um tempo final para que os participantes possam pescar. Eu não participei, mas houve vários casos de sucesso e outros tantos de insucesso. No fim havia caixas cheia de bacalhaus fresquíssimos que iriam ser grelhados à chegada.
Cerca de 4 horas depois da partida voltamos a Dalvik e como já se fazia tarde e ainda tínhamos 400km pela frente não ficámos para comer o cheiroso peixe grelhado (e que bem que aquilo me teria sabido). Despimos as fatiotas, comemos rapidamente no carro e marcámos Holmavik no GPS. O nosso próximo destino seriam as Fiordes do Oeste. A ver se tínhamos mais sorte com estes Fiordes.
Não tivemos.
Mais uma viagem inenarrável foi o que aconteceu.
Olhando para o mapa da Islândia, estávamos a caminho daquela "garra" do lado esquerdo, com um ar meio assustador para quem sabe que já anda nos confins do mundo. E a realidade é mesmo essa, estamos no fim do mundo. Estivemos à vontade uns 100km sem nos cruzarmos com um único carro. Os turistas já não aparecem por aqui e os islandeses nem vê-los. Só este par de jarras é que andava literalmente onde Judas perdeu as botas.
Mas isto até nem seria o pior se a estrada fosse uma maravilha e o clima ajudasse. #sóquenão.
Apanhámos uma hiper mega tempestade de vento que eu jurava que o carro ia levantar voo acompanhada de uma mega chuvada. Mas não há mal que sempre dure e passando a zona da intempérie achámos por bem parar um minutinho para fotografar a tempestade lá ao fundo.
Já tínhamos feito 300km desde Dalvik e faltavam uns 100km até ao destino.
Ora a vida corria-nos bem mas vai que para tirar essa fotografiazinha era necessário a máquina fotográfica.
Cadê a máquina fotográfica meus amigos? Hum? Cadê?
Eu respondo: a máquinazinha fotográficazinha, uma canonezinha lindinha com uma lente muito muito carinha, ficou nas instalações da Artic Sea Tours a 300km e tempestades horríveis de distância.
Quem deixou a máquinazinha lá? Eu. Quem é uma pessoa que fica bastante perturbada e pouco tolerante com a ameaça dos seus bens materiais? O meu caríssimo e já não tão paciente companheiro de viagem.
Eu não vos sei explicar o nosso estado de espírito nos restantes 100km. Ninguém proferiu palavra. Mentira, eu algures disse "mas quando é que esta merda acaba??? Eu quero desaparecer desta terra e ir para casa!!!". Claro que já que estava tudo a correr tão bem naturalmente que apanhámos uma estrada com uma camada gigante de gelo que fazia o carro fugir para todo o lado. O estóico condutor também teve de parar a viatura antes que nos despistássemos e fôssemos desta para melhor.
E claro sem vivalma à vista e já numa hora que eu estava a prever que os últimos quilómetros seriam feitos em noite escura.
Podem pensar que quando faltavam 10km uma pessoa pensaria "ah pronto está quase", mas aquilo é coisa para demorar praticamente mais uns 40 minutos. Os kms simplesmente não passavam, nós nunca mais chegávamos, o mau tempo não abrandava e a minha telha era tão grande quanto o rabo da baleia Fin. A única boa notícia é que a Artic Sea Tours me devolveu a chamada a dizer que sim senhora tinham lá a máquina fotográfica. Só faltava saber como raio a iria recuperar.
Chegámos a Holmavik eram umas 22h e graças a todos os santinhos nórdicos ainda havia um lusco fusco que evitou que fizéssemos aquilo completamente às escuras.
Tudo está bem quando acaba bem. #sóquenãooutravez
A porcaria do hotel era um buraco que só visto. Fcámos num quarto em que praticamente não cabíamos os dois de pé, não tinha zona de estar comum e na cidade estava tudo fechado.
Só restava mesmo ir dormir.
Não dormi nada de jeito com a carga de nervos com que estava e a ouvir o mundo climatérico a desabar lá fora.
"Pelas baleias que cruzavam oceanos...." tra la la la
O percurso do dia
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