28.2.19

Campos de Concentração

E a malta impressionadíssima com esta escolha para passar o aniversário??

Ele há gente muita sensível. E pronto, não foi no aniversário, foi no dia a seguir!

Os bilhetes foram comprados online com antecedência. Incluíam transporte e entrada em Auschwitz e Birkenau.
Apanhámos o autocarro pela manhã, são uns 50 minutos de viagem e estávamos agendados para a visita do grupo das 12h.
O dia estava solarengo por isso ajudou a tirar um pouco da carga soturna do local.
Há uma guia, temos uns auscultadores e seguimos num grupo de umas 20 pessoas. E assim é toda a visita.

A guia explica tudo com uma voz super pausada e respeitosa para com a história que conta. Um ou outro pormenor podem trazer alguma novidade, mas na generalidade toda a informação é-nos familiar, mas que ganha aqui outra realidade face ao encadeamento e contextualização.
A visita demora cerca de 1h30, andamos sempre em grupo e ninguém abre o pio. Cruzamos com uma série de outros grupos que estão a fazer o mesmo percurso que nós, com breves minutos de distância.

Começamos no famoso portão "O trabalho liberta" e visitamos uma série de edifícios com celas, camaratas, escritórios e alas para experiências. No exterior passamos por forcas e muros de fuzilamento. No interior podemos ver fotografias e pertences dos presos - cabelo, sapatos, malas, objetos pessoais - tudo o que lhes era retirado à chegada. Terminamos nas câmaras de gás e forno crematório.

A 3km e numa curta viagem de autocarro está Birkenau. Reconhecemos tudo dos filmes, o carril onde os combóios chegavam e as várias casernas.
Dadas as más infraestruturas com que foram construídas, a maioria está fechada por risco de ruírem, embora esteja a ser feita alguma reabilitação.
Há um pequeno enquadramento ao início sobre este local, mas depois os visitantes ficam por sua conta para visitarem as casernas.

O que é que eu achei de tudo isto?

Uma visita que tem mesmo de ser feita. Um "never forget" que deve estar na mente de cada ser humano que por algum motivo imbecil está a deixar que o seu preconceito e medo lhe dê ideias destrutivas quanto a outros seres humanos. A imbecilidade não tem limites e este é o sítio que prova isso. E que não se julgue que isto não volta a acontecer. As pessoas são estúpidas e preconceituosas, são egoístas e só olham para o seu umbigo. E padecem da fraqueza da carneirada.
Isto é o que eu acho que esta visita significa e da qual se deve sair com a palavra "tolerância" gravada na alma.

A visita em si, não me fragilizou. É tudo feito com serenidade, as histórias são relatadas com respeito mas sem sensacionalismo ou tristeza. Estamos em grupo e nem há muito tempo para contemplação introspetiva.

E no fim...deixem que vos diga, sorte a dos que chegavam e seguiam diretos para morrer. Auschwitz em comparação com Birkenau é para meninos. Birkenau releva umas condições tão, mas tão desumanas para se viver, que se o destino final era morrer, mais valia ser logo à chegada.

Resta dizer que houve uma parvalhona de uma americana no grupo, que à terceira saída estúpida que teve, intervi...era pessoa que já tinha reagido em modo cheerleader quando a guia referiu que as mulheres novas e solteiras é que ficavam para trabalhar (woman power style), depois andava por Birkenau, no exterior, a falar com um amigo e a rir às bandeiras despregadas e a pérola dá-se quando eu entro na caserna e ela está a trepar pelas camaratas acima. Empoleirada em madeira com mais de 70 anos porque "I just wanted to feel how they felt". Não aguentei e dei-lhe dois berros.
Eu não vos digo que a estupidez não tem limite?

 Hall de acesso à visita












Muro de fuzilamento


Câmara de gás

Forno crematório

 Chegada a Birkenau



Onde dormiam. No piso de baixo era terra batida. No inverno era lama e pedra. As temperatauras de inverno antigamente eram ainda mais rigorosas. Aqui era Novembro e estavam -1º

 Aqui, ela andava empoleirada por aqui acima...





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