Ai este dia...ai...
O plano era visitar as Fiordes de Este, mas está claro que eu e Fiordes é coisa que vai ficar para uma ida à Noruega ou coisa que valha.
O destino final era Egilsstadir onde ficaríamos a dormir e pelo meio tinha uns pontos de paragem para admirar os Fiordes.
De manhã, da janela do nosso quarto o cenário era branco imaculado. Tinha nevado toda a noite e transformou a paisagem. Já a colocar a bagagem no carro, uma rajada de vento alertava para o que aí vinha, mas como a Islândia tinha mostrado que basicamente muda de cenário climatérico de 20 em 20km, nós tudo bem.
Mas não, nós nada bem. Meus caros, dos Fiordes eu só vi contornos assim meio brancos porque o dia inteiro, quase 300km, foi o drama, a tragédia, o horror.
Rajadas de vento inimagináveis, nevoeiro cerrado, tempestades de neve e visibilidade zero. Eu achei mesmo que me ia ficar num Fiorde da Islândia. Eu que nem sou pessoa acagaçada, senti terror.
Não se via um palmo à frente do nariz, circulávamos a menos de 30km/h, de repente parecia que batíamos numa parede branca, o carro abanava por todo o lado. A estrada coberta de gelo. DANTESCO!
E pior, uma pessoa sempre na expectativa de quando é que aquilo acabava e nada pá!! Nunca passou!
Algures a meio do caminho pesnámos em fazer um atalho, mas qual quê. Inversões de marcha às cegas para ir dar a estrada encerradas!
O que nos salvava eram uns benditos pins amarelos ao longo da estrada para conseguirmos ter alguma orientação. Mas às vezes passavamos um e não víamos de imediato o seguinte, o que resultava em nanosegundos de pânico, mas lá vinha ele novamente mostrar o caminho.
Não se ofendam os religiosos, mas se Deus existe ele é um pin amarelo nos Fiordes de Este.
Para terminar, a meia dúzia de kms de chegar, apanhamos um acidente com direito a fila para logo a seguir perceber porque é que o pobre homem se tinha despistado. Não se via nada (outra vez)!
Durante muitos kms andámos sozinhos, mas quando finalmente aparecem carros atrás de nós houve um estúpido conforto de "não estamos nisto sozinhos". Melhor ainda nos sentimos quando apanhámos outros e assim já não tínhamos a responsabilidade de liderar a coluna de carros. O que era parvo, porque bastava o da frente achar que era mais para a direita para irmos todos atrás dele e em menos de nada estarmos a cair por um precipício em direcção ao mar.
Eu não ia a conduzir! Se há pessoa que merece louvor pelos nervos de aço e pela capacidade de levar aquele carro e duas alminhas a bom porto foi o meu "condutor". Um grande bem haja e muitas medalhas de mérito para ele!
Chegámos finalmente ao alojamento completamente desconcertados de tal forma que eu nem dava com a porta da casa!
E de repente...uma casa só para nós, sem wifi ou televisão. Eram umas cinco da tarde.
"Ah, mas depois do dia que tiveram aproveitavam para relaxar, estar um com o outro". Epá não. Precisávamos descontrair, ver pessoas e ligar ao mundo porque passámos o dia a sentir-nos claustrofóbicos naquele carro. Fomos até à cidade, encontrámos uma cafetaria simpática com wifi e ali ficámos a fazer sala até voltar para ir directo para a cama. No fundo estávamos desejando que aquele dia terminasse.
Já em Portugal vimos os filmes do percurso e não se percebe o horrível que este percurso foi, não se consegue ter noção da violência exterior, da falta de visibilidade. Eu assumo perante a câmera que estou acagaçada de morte mas com aquele risinho parvo nervoso a parecer que estou a gozar. Não estava, foi horrível. E o pior é que não sabíamos que não tinha sido a última vez.
Eu de manhã à porta do hotel a achar a neve fofa a coisa mais gira do mundo. Ya ya ya...o sorriso dos inocentes.
São as fotos possíveis do dia, mas na realidade não foram muito mais que estas ou muito melhores. Fica aqui um vídeo que dá um cheirinho do que foram estes longos e tormentosos quilómetros.
O plano era visitar as Fiordes de Este, mas está claro que eu e Fiordes é coisa que vai ficar para uma ida à Noruega ou coisa que valha.
O destino final era Egilsstadir onde ficaríamos a dormir e pelo meio tinha uns pontos de paragem para admirar os Fiordes.
De manhã, da janela do nosso quarto o cenário era branco imaculado. Tinha nevado toda a noite e transformou a paisagem. Já a colocar a bagagem no carro, uma rajada de vento alertava para o que aí vinha, mas como a Islândia tinha mostrado que basicamente muda de cenário climatérico de 20 em 20km, nós tudo bem.
Mas não, nós nada bem. Meus caros, dos Fiordes eu só vi contornos assim meio brancos porque o dia inteiro, quase 300km, foi o drama, a tragédia, o horror.
Rajadas de vento inimagináveis, nevoeiro cerrado, tempestades de neve e visibilidade zero. Eu achei mesmo que me ia ficar num Fiorde da Islândia. Eu que nem sou pessoa acagaçada, senti terror.
Não se via um palmo à frente do nariz, circulávamos a menos de 30km/h, de repente parecia que batíamos numa parede branca, o carro abanava por todo o lado. A estrada coberta de gelo. DANTESCO!
E pior, uma pessoa sempre na expectativa de quando é que aquilo acabava e nada pá!! Nunca passou!
Algures a meio do caminho pesnámos em fazer um atalho, mas qual quê. Inversões de marcha às cegas para ir dar a estrada encerradas!
O que nos salvava eram uns benditos pins amarelos ao longo da estrada para conseguirmos ter alguma orientação. Mas às vezes passavamos um e não víamos de imediato o seguinte, o que resultava em nanosegundos de pânico, mas lá vinha ele novamente mostrar o caminho.
Não se ofendam os religiosos, mas se Deus existe ele é um pin amarelo nos Fiordes de Este.
Para terminar, a meia dúzia de kms de chegar, apanhamos um acidente com direito a fila para logo a seguir perceber porque é que o pobre homem se tinha despistado. Não se via nada (outra vez)!
Durante muitos kms andámos sozinhos, mas quando finalmente aparecem carros atrás de nós houve um estúpido conforto de "não estamos nisto sozinhos". Melhor ainda nos sentimos quando apanhámos outros e assim já não tínhamos a responsabilidade de liderar a coluna de carros. O que era parvo, porque bastava o da frente achar que era mais para a direita para irmos todos atrás dele e em menos de nada estarmos a cair por um precipício em direcção ao mar.
Eu não ia a conduzir! Se há pessoa que merece louvor pelos nervos de aço e pela capacidade de levar aquele carro e duas alminhas a bom porto foi o meu "condutor". Um grande bem haja e muitas medalhas de mérito para ele!
Chegámos finalmente ao alojamento completamente desconcertados de tal forma que eu nem dava com a porta da casa!
E de repente...uma casa só para nós, sem wifi ou televisão. Eram umas cinco da tarde.
"Ah, mas depois do dia que tiveram aproveitavam para relaxar, estar um com o outro". Epá não. Precisávamos descontrair, ver pessoas e ligar ao mundo porque passámos o dia a sentir-nos claustrofóbicos naquele carro. Fomos até à cidade, encontrámos uma cafetaria simpática com wifi e ali ficámos a fazer sala até voltar para ir directo para a cama. No fundo estávamos desejando que aquele dia terminasse.
Já em Portugal vimos os filmes do percurso e não se percebe o horrível que este percurso foi, não se consegue ter noção da violência exterior, da falta de visibilidade. Eu assumo perante a câmera que estou acagaçada de morte mas com aquele risinho parvo nervoso a parecer que estou a gozar. Não estava, foi horrível. E o pior é que não sabíamos que não tinha sido a última vez.
Eu de manhã à porta do hotel a achar a neve fofa a coisa mais gira do mundo. Ya ya ya...o sorriso dos inocentes.
Diz que é capaz de ser um Fiorde
Diz que é capaz de ser um Fiorde II
Era para ter sido isto. E na realidade foi, mas sem paragens para ver o que quer que fosse.





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