12.9.11

A2

Ontem regressei de mais um fim de semana no Algarve. Vim de bus (posso dizer bus em vez de autocarro, posso?). Já perdi a conta às vezes que fiz esta viagem de bus. E tal como quando ando de carro, sem ser eu a conduzir, fico ali alienada ora a olhar para a paisagem, ora a pensar na morte da bezerra ora a dar-me para a introspecção.Estamos na A2, a paisagem não é deslumbrante, tenho os fones nos ouvidos, e o mp3 na pasta "slow" que são as músicas mais calminhas. Isto dá inevitavelmente em instrospecção das profundas.
Revejo outra vez o que tem sido este ano e mesmo achando que o balanço é altamente positivo, fico de nó na garganta. Muda de pasta, muda muda. Passo para a do "ginásio" que é como quem diz, músicas que uso para correr, a bombar. Já começo a bater os dedinhos ao ritmo da coisa, e lá me animo.
"Nunca mais chego" penso. Até que ali pelas 20h, a A2 presenteia-me uma daquelas paisagens que toda a gente tem a mania de fotografar e que depois nunca mais olha para aquilo, porque no fundo o giro é ver ao vivo. Postais de por do sol há muitos. Céu rosa, sol baixo no horizonte. Nó na garganta.
"Nunca mais chego".
E finalmente chego; entro na ponte ao som de "La vie en Rose" da Grace Jones. Adequado à paisagem e adequado ao timing.
É bom partir, mas às vezes não há nada como chegar.

1 comentário:

  1. xiii a A2 e a ponte... a Harbour Bridge é tão mais bonita e agradável de atravessar. Não tenho saudades nenhumas.

    ResponderEliminar