26.1.12

Dia 16 - 27/11/2011 Considerações finais

De manhã "desvio" um copo do Leopold's que vai comigo para Lisboa e seguimos para o aeroporto.
Estou de barriga cheia da India. Feliz por ter ido e feliz por estar de regresso.

Era minha intenção ter feito descrições mais intensas da viagem, que pudessem ter transmitido melhor o que ali se passava, mas fugiu-se-me o jeito e a vontade.
Esta viagem estava-me atravessada há muito tempo, mas por algum receio, confirmadamente infundado, fui-me aventurando noutras viagens para ganhar coragem para esta.
A Indochina deu-me a estaleca que eu precisava. Mas tirou-me o factor surpresa. Não achei a India tão inesperada como calculava. O choque cultural com o Vietname, Cambodja Tailândia e Laos preparou-me bem para os contrastes e para a dinâmica da viagem.
É uma viagem cansativa e desconfortável, e hoje em dia percebo muito bem a Nádia, quando lhe perguntei há 3 anos o que achava de eu fazê-la...ela respondeu-me que não consegue aconselhar que sim ou não a uma viagem destas. Porque não se aconselha. Porque apesar de ser uma viagem que eu faço com uma perna às costas, sei que há muito boa gente que morria ao primeiro alojamento que encontrasse, à primeira noite de combóio ou à primeira comida ininteligivel.
Mas a India é espectacular. Tem o Taj Mahal que é soberbo. Mas tem também aquele fascínio esquisito que me faz atrair pela decadência, pelo caos, pelas cores, pelos costumes. Gostei das dezenas de palácios e monumentos que vi. Mas o que gostei mais foi de andar pela rua. De me desviar das vacas, de não dar encontrões em toda a gente, de estar no combóio a observar os indianos. De regatear e de comer. Para mim a India, sim vê-se, mas sobretudo vive-se e experencia-se.
 E é assim que as viagens me ajudam a mudar a forma de ver o mundo e as pessoas. Quisera eu ser tão tolerante no dia a dia português como o sou em viagem. Todos os dias penso "para qué que estás a buzinar e a refilar feita louca com este condutor que acabou de se mandar para cima de ti, quando andaste em trânsitos bem mais caóticos e nem piaste?" e tantassss outras coisas que se aprendem a lidar com as pessoas e no trato diário.
Depois, posso ter tido sorte, mas apanhei companheiros de viagem impecáveis. E eu continuo a achar que quem se mete nisto só pode ter um espirito marcado pela tolerância e descontracção. Por isso, vai daqui um grande beijinho de saudades para o Carlos e a Paula, o casal de enfermeiros que nos deliciou com o seu à vontade e estórias mirabolescas do seu dia a dia familiar e que nos receberam mais tarde e maravilhosamente em sua casa para um reencontro; às Rosários, porque é absolutamente espectacular ver duas sexagenárias com este espirito e dinâmica e boa disposição. Para mim são as duas umas super ladys!  À Maria e Sónia pela doçura e companheirimo de ambas; à Helena pela boa disposiçao, companhia de viagem de avião e uma pen tãoooo arrumadinha com as fotos e músicas; ao Sérgio, porque continuo a morrer de inveja da máquina fotográfica dele e o seu claro talento para a coisa; à Fátima, o meu matrimónio, pelo espirito critico e conciliador. Porque vos acho espectaculares de terem embarcado nisto. E ao Inácio evidentemente, que é um líder muito do bonzinho e se eu fosse a ele fazia vida disto porque tem muito jeito para nos aturar e esclarecer.

E depois, um obrigada ao João que fez este videozinho mais lindo e me editou as fotos. Que eu bem queria ter feito, mas o tempo não me assistiu e vai-se a ver e o João também tratou muito bem deste meu património.





1 comentário:

  1. Bela descrição, pena ser tão diminuta, já que eu tenho muita curiosidade em conhecer este país, e excelentes fotos. Com ou sem edição fotográfica, o olhar está lá, e isso não se edita.... :)

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